Actualmente a maioria de nós possui instrução, liberdade, independência...mas uma mulher prudente, discreta, sensata e sábia continua a ser motivo de elogio. A Prudência é outra daquelas palavras que quanto mais necessária é, mais fora de moda se torna.
Talvez isso tenha a ver com o facto de inteligência e sabedoria serem tidas como dados adquiridos só porque se estudou um bocadinho. "Fulana é psicóloga, não pode ser parva nenhuma". "Ela é advogada...deve ser inteligente!"..."sicrana gosta de falar sobre arte...então deve ser culta". Isto nem sempre é verdade, tanto pelo facilitismo que grassa por aí como por a ambição ajudar muito.
Porém, a falta de prudência é uma coisa muito democrática: atinge as desmioladas, as chicas -espertas e as mulheres realmente dotadas, as cultas e menos cultas, as que vivem dos rendimentos e as que trabalham, as mais independentes ou menos, mais velhas e mais novas. É uma epidemia.
Curiosamente, nos dias que correm a imprudência tende a surgir com mais gravidade (ou será apenas maior o contraste?) nas mulheres muito ocupadas e ambiciosas, talvez porque lhes sobra pouco tempo para se voltarem para dentro.
Conheço imensas - algumas bastante espertas, com feitos académicos e/ou carreiras razoavelmente bem sucedidas - que durante o dia se dedicam ao seu negócio, às suas investigações, ao seu emprego, à política, à cultura. Isso está muito bem. O pior é que algumas dessas mulheres também chamam a si a responsabilidade de uma família, esquecendo que ela não é uma planta que se rega uma vez por dia e já está. Compraram o mito "podemos ter tudo" esquecendo que ter tudo exige disciplina e sensatez.
E mal saem do seu escritório/loja/empresa, ei-las sentadas nas redes sociais a debitar política, economia, injustiças sociais, ou a aderir a seitas espirituais duvidosas partilhando mensagens de paz e amor, sem reparar no que se passa dentro da própria casa. Não conheço uma única dentro deste género que não "deseduque" os filhos assim, não se importando minimamente com as figuras que os seus rebentos fazem, quando não são totalmente negligentes.
Estão mais preocupadas com o alinhamento dos chakras ou as gaffes do Primeiro Ministro do que em agir onde realmente podem fazer a diferença: junto dos seres humanos sob sua responsabilidade. O que não abona sequer a favor da imagem pública que pretendem criar...
Obviamente a educação nunca é exclusivamente responsabilidade feminina, mas haverá maior influência, particularmente junto das filhas, do que a própria mãe? Aí entra a "contribuição" masculina: não conheço nenhuma mulher deste estilo que não seja casada com um homem fraco, que deixa a casa desgovernar-se a bel talante e a quem a mulher manda calar em público, se preciso for, desautorizando-o perante quem está.
À falta de uma mulher sensata, ao menos que haja um homem razoável, capaz de serenar os ânimos, segurar as pontas e pôr ordem na prole. Mas é muito raro que um homem varonil se entusiasme por uma mulher assim, ou que uma mulher insensata procure quem a possa guiar pelo bom caminho. Qual! Isso seria privá-la dos gurus, da política e do resto e obrigá-las a moderar-se, coisa que para elas é kryptonite...
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