Certos
hábitos só nos prejudicam, mas por vezes estão tão enraizados que já nem damos
por eles. Mecanizam-se criando padrões negativos, ciclos viciosos e um
desconforto permanente cuja causa esquecemos: apercebemo-nos de que algo não está
bem, mas não sabemos porquê. De tempos a tempos é útil fazer um troubleshooting à existência para
moderar ou eliminar de todo esses atrasos de vida. Reparar neles é meio caminho
andado. Estes são alguns exemplos, mas cada um tem os seus e terá de fazer o
seu próprio trabalho de Dr. House para os identificar:
Má postura: corcovar, sentar-se em má posição, cruzar as pernas de forma
errada e andar carregado (a) são hábitos responsáveis por mazelas como dores
nas costas, torcicolos, um abdómen menos bonito, má digestão, má circulação,
desânimo…
Mesmo quem foi habituado
de pequeno a cultivar um porte de cisne pode, por ossos do ofício ou mudanças
de rotina, cair na tentação de se posicionar mal. Há que prestar atenção,
evitar essas posições e fazer os exercícios necessários para eliminar de todo
esse hábito e as suas consequências.
Relações tóxicas: por muita personalidade que se tenha, em relacionamentos
amorosos ou amizades é mais fácil do que parece cair nas garras de pessoas
manipuladoras, que sabem exactamente como jogar com as emoções daqueles que
dizem “amar”. Quanto maior a duração do relacionamento, mais difícil se torna
estabelecer limites e distinguir o certo do errado. Há que ponderar se vale a
pena estar perto de quem é um constante factor de stress, angústia ou
desilusões.
Dizer que “sim” a tudo: ser demasiado gracioso (a) e evitar confrontos a todo
o custo acarreta tantos atrasos de vida que um dicionário não seria suficiente
para os enumerar. Quem não se defende não se pode queixar ou, como dizia a
minha sábia avozinha, “ Deus Nosso Senhor não gosta de palermas”.
Excessos, guloseimas e alimentos “mentirosos”: Neste caso impõe-se a moderação. Ouça
o seu organismo e conheça o seu corpo. Nem toda a gente reage da mesma forma e
coisas tidas como inofensivas ou saudáveis podem estar a fazer-lhe mal à beleza
e à saúde. Excesso ou falta de sal, bebidas gaseificadas, gorduras e hidratos
de carbono complexos exigem atenção e tal como os “vícios” que fazem mal mas
sabem bem, devem ser geridos e contrabalançados com medidas saudáveis.
Stress desnecessário: o que não puder ficar pronto não valia a pena ser feito em
primeiro lugar, dizem os ingleses. Estabeleça prioridades, delegue, organize-se
o mais possível para evitar correrias escusadas e elimine os factores de stress
gratuito, como fazer constantemente três coisas ao mesmo tempo. Precisa mesmo
de escrever ao computador, ver TV e atender três telefones em simultâneo?
Aproveite cada momento e concentre-se nele.
Tralha inútil: no guarda-roupa, na papelada, na garagem…ocupa espaço, não permite
tirar partido das coisas que tem, desarruma, ganha pó, complica as limpezas,
inutiliza móveis, obriga-o a andar “de lado” em divisões pequenas ou a mexer
nas estantes com cuidado para não atirar tudo para o chão e é o maior causador
de desaparecimento de objectos importantes (passaporte, documentos, chaves do
carro) dentro de casa.
Aturar pessoas chatas: Para quê, Senhor, para quê? Combata-as com energia e se possível, vá-as
expulsando uma a uma da sua vida.